quarta-feira, 14 de outubro de 2015

De volta para a Canastra, pt2



Rotina matinal: acordar, café e seguir pra pousada do resto do grupo no Delorean laranja.

Hoje é dia de conhecer a parte alta do parque.

Motos prontas, pegamos a estrada. A idéia era ir até São Roque por asfalto, mas segui as placas e acabamos na estrada de terra. Tinha um certo trânsito, com alguns sem noção querendo ultrapassar onde não dava, um quase me acertou.

A subida pro parque melhorou muito perto do que estava no começo do ano. Acho que passaram o trator, deixaram lisinho, mas por algum motivo (que nem algumas horas de discussão com cerveja e espetinhos resolveram) colocaram umas lombadas gigantes na estrada, quase mesas de motocross. Se não estivesse garupado, teria sido divertido.


Compramos os ingressos, e bora pra dentro do parque. A idéia foi seguir até o ponto mais distante numa tacada só, e voltar parando e tirando fotos.

A estrada estava uma delícia, em vários pontos cheguei a 90km/h e dava pra ir mais. Dava distancia, parava, tirava fotos, o pessoal passava e eu ia de novo.










A primeira parada foi a Casca D’Anta parte alta. Se não me engano são 27km até lá. O acesso nos ultimos 7km estava bem detonado, a moto ficava igual cabrito pulando dum lado pro outro. Mas como sempre, a Casca D’Anta estava muito bonita. Mas estava bombando... Lotada de gente. Uma parte do grupo foi até o mirante. Outra parte resolveu descer até a cachoeira maior da parte alta. O resto do grupo ficou ali na água de boa só curtindo (eu incluso).



Farofamos por ali mesmo, lagarteamos um pouco no sol e pegamos o caminho de volta.

Fomos para outra cachoeira, a Rasga-Tanga. São 8km da principal até ela, no final com muita erosão. Aqui em alguns trechos começamos a sofrer, a moto dava fim de curso com facilidade. Como estava na frente, em alguns trechos me atrapalhei e acabei indo pelos piores lados, foi bem técnico pra conseguir sair.




Do estacionamento, uns trechos com muita pedra solta pra chegar na cachoeira a pé.

Mas essa é uma delícia. Água quente, transparente e rasinha, dava pra ficar sentado nas pedras, só curtindo. Tinha uns peixinhos que beliscavam o pessoal. Como não sou gostoso eles não passavam nem perto de mim.

Ficamos até chegar uma caravana. Lotou de gente e resolvemos seguir.

Nas motos, matamos a sede. Levei uma bolsa térmica com 6 garrafinhas de 500ml congeladas. O resto do pessoal levou pouco. Fica o aviso, lá não tem nada, levem água e lanches! Depois, não consegui achar meus óculos escuros. Desci correndo para a cachoeira novamente e por sorte achei eles num matinho quase caindo na água. Muita sorte.



Cheguei sem fôlego na moto, a água já tinha acabado e resolvemos seguir.

Paramos no Curral de Pedra pra tirar umas fotos.

E paramos na nascente do rio São Francisco pra tirar foto também. Mas tava faltnado algumas coisa... hmmmm... ah, o casagrande e o alê! Eles ficaram mais pra trás, achei que um dos dois tinha caído. Menos mal que foi só a corrente do Alê que afrouxou e caiu.

Tinha ferramentas, então tentei esticar mas já estava no máximo. Fomos com cuidado assim embora. Dessa vez não errei o caminho e pegamos asfalto mesmo, a coluna agradeceu. Off com garupa judia demais!

À noite o mesmo procedimento do sábado, mas incluímos um lanche meia boca e uma lojinha de souvenir que tinha umas camisetas legais e adesivos. Segunda era dia de partir.

O ventilador da pousada parou de funcionar, mas como fazia friozinho a noite, não fez diferença.

Hora de voltar... mesma rotina dos outros dias, mas com preguiça então atrasamos uma hora.

As 10:00h saímos de Vargem Bonita rumo casa. Mesmo caminho da ida, só prestando atenção nos carros, essa volta de feriado o povo fica meio lerdo, não sei. Sei que tive muitos mais “quase” do que gostaria de ter tido.

Entre mortos e feridos, as 17:10h cheguei em casa, , fazendo em 7:00h o trecho que demorei 9:30h na ida.

Agora vou revisar a moto que a coitada tá só o pó, no sentido mais literal.

DICAS:
A pousada que ficamos é a CHALÉ CASCATA. Seu Israel é o dono, muito atencioso. Recomendada! Simples, com tudo (roupa de cama, wifi) e num valor excelente.
http://www.chalecascata.com.br/

- Vá cedo ao paraíso perdido e fique o dia todo por lá, já que entrada é cara.
- Eu abasteci em Piumhi, andei a canastra toda e abasteci no mesmo lugar de volta. Mas tem posto em Vargem bonita e também em São Roque.
- Muitos locais lá não aceitam cartão. Leve dinheiro.
- Na parte alta, dentro do parque, não tem restaurante nem lanchonete. Leve tudo que acha que vai ser necessário, muita água e umas bolachas eu recomendo.
- O espetinho é bem meia boca, mas o de queijo é sensacional e vale ir lá só por ele.
- 2 dias deu pra ver o principal do Parna Canastra. Pra ver a fundo e conhecer melhor as cidades do entorno, precisa de muito mais tempo.
- Ir com garupa é possível, mas não é muito confortável e exige técnica.
- Leve e use bastante protetor solar.













terça-feira, 13 de outubro de 2015

Canastra garupado - com bons amigos por maus caminhos! 1° Parte


Quando o alinhamento dos planetas ajuda, tudo dá certo e fica difícil não ir viajar!

O pessoal do Tenere Club estava com rolê marcado pra canastra fazia tempo já. Por diversos fatores, não consegui definir, até a última semana, se conseguiria ir ou não. Na mesma situação que a minha, teve outro que não conseguiu vaga nas pousadas da região.

Na estrada
Procura em tudo quanto é site, todos que apareceram no google e nada. Até tinha vaga, mas com preços fora do meu orçamento.

Por sorte, lembrei de uma pousada que um amigo havia me indicado a muito tempo. Arrisquei ligar e sim, eles tinham um quarto disponível! E pela metade do preço da outra que havia encontrado. Perfeito, vai nessa mesmo, nem perguntei mais nada.

Na quinta a noite deixamos tudo no jeito já, pois sexta a estrada era longa e eu tive que trabalhar cedo.

Na sexta, conseguimos sair às 9:30h rumo a Vargem Bonita.

Rumo ao sul de minas não tem nenhuma estrada duplicada. Só estradas de interior que cruzam no meio de cidades e cheias de lombadas, o que segurou bem a velocidade. Primeira parada foi em Pouso Alegre depois de quase duas horas de viagem.

De Pouso Alegre saímos rumo Alfenas, e de lá sentido Passos. Essa estrada é muito chata! Tudo reto, sobe e desce, desce a 130km/h, chega no final da subida a 80km/h... mas a viagem até que rendeu. Fizemos uma parada nesse trecho.

Antes de Passos pegamos a saída para Piumhi, estrada com visual lindo demais, beirando o lago de furnas, de onde se vê algumas cachoeiras na estrada e a hidroelétrica de furnas, pista simples, cruzando no meio de cidades e com lombadas, e por mais absurdo que seja, pedagiada!

Nessa estrada tem o famoso “Paraíso Perdido”, um tipo de parque com várias cachoeiras e poços pra tomar banho. O Casagrande estava lá, eu queria entrar, mas nem no final da tarde eles deram desconto pra gente, então desistimos (R$35 por pessoa pra curtir 2h achei demais e não ia dar pra ver muita coisa). Deixei pra uma próxima.

Na estrada do Paraiso Perdido
Em Piumhi último abastecimento antes do final da viagem, atravessamos a cidade (tem que andar por dentro dela pra chegar na estrada, muito ruim!) e os últimos 55km da viagem pareciam intermináveis, não acabavam nunca!

Vista do lago de furnas
Nessa estrada e chegando em Vargem Bonita tem umas lombadinhas na estrada, acho que tentaram fazer sonorizadores, mas são diferentes, dá umas porradas secas na moto e assusta quando não dá pra ver.

Chegamos em Vargem Bonita às 18:30h depois de 490km rodados.

Fomos direto pra pousada. Um senhorzinho muito gente boa ligou pro dono da pousada que fica no restaurante logo na entrada da cidade, que veio recepcionar a gente. Na verdade, a recepção deveria ter sido no restaurante (mesmo local onde é o café da manhã). Tudo certo, fomos tomar banho e o chuveiro queimou. Prontamente fomos transferidos de quarto.

Duas motos já tinham chegado, o Casagrande chegou mais tarde e o Alê chegaria só no sábado.

Vargem Bonita é uma cidade de interior mesmo, com 3500 habitantes, que apesar de hoje viverem quase na totalidade de turismo, ainda têm que aprender muito. O ritmo da cidade é até engraçado.

Café da manhã nas pousadas começa às 8h. Oras, se o parque abre as 8h, eu deveria conseguir chegar lá esse horário, catzo. Café as 7h já ajudaria. A noite fica pro final.

Indo pra Casca D'Anta
As 9h já estávamos na outra pousada pra seguir pra Casca D’Anta. Maravilhados com a vista, 22km tomaram mais de uma hora com todas as fotos que tiramos.



Da última vez que vim, não entrei na Casca D’Anta pois estava completamente sozinho e não tive coragem, achei arriscado. Hoje eu tinha que entrar!

Turma ainda incompleta
Não aguentei 10 minutos, estava tão frio e eu saí da água tremendo! Mas pelo menos posso falar que entrei! A Natália ficou numa pedra sentadinha só observando.

Curtimos bem a cachoeira (dentro do possível com a água tão gelada e o sol safado se escondendo) e tomamos o caminho de volta.




 A viseira do capacete da Natália resolveu declarar Independência e quase saiu voando. Nada que um tubinho de superbonder não resolvesse mais a noite.

Paramos num restaurante pouco à frente (à esquerda quando sentido Vargem Bonita), bem simples, mas com uma deliciosa comida de roça, muito boa mesmo. Não me lembro o nome, mas passa-se praticamente dentro dele quando estamos indo a Casca D’Anta, uma casa amarela.

Rumando novamente sentido Vargem Bonita encontramos o Alê que havia acabado de chegar  de Sampa.

Grupo reunido, decidimos parar em outra cachoeira no caminho (são várias). A escolhida foi a Cachoeira do Chinela. Que cachoeira gostosa! Água bem mais quente que a Casca D’Anta, poço com pedras pra se apoiar, deu pra curtir ali por muito tempo. Até tentamos subir pra próxima cachoeira que era por uma trilha a pé mas a trilha desapareceu pouco depois.

Bom, bora pra cidade que cansei de comer poeira, descansar que amanhão tem mais! Enquanto descansava, escutei um barulho familiar e vi que chegara mais uma moto pra curtir a canastra, com uma BMW GS1200. Ficamos conversando um bom tempo, eu babando na moto dele, e ele babando nas minhas viagens.

À noite um espetinho (única coisa que estava aberta), encheram meu baú de gelo e cerveja e ficamos por lá até acabar tudo.


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Trilha do Madeirite - Serra da bocaina - Rio Claro/RJ a Bananal/SP


E aí pessoal!

Sabe aquele rolê que você quer fazer faz tempo mas nunca dá certo? Pra mim era esse!

Imagina quando falaram que iriam "civilizar" a trilha com máquinas!!! me desesperei pra ir fazer logo!

Conseguir uma data que todo mundo pudesse foi outra odisséia. A ponto de que acabaram passando mesmo a máquina em parte de estrada, mas se tentaram melhorar, acho que o tiro saiu pela culatra!

Combinado então no Domingo 04/10, Eu saindo de Taubaté, mais três motos vindo do RJ.

As 6:30 sigo rumo a Rio Claro/RJ, Dutra, pedágios, caminhões e algumas gotas de chuva, e 8:45 cheguei. As 9:00 chegou uma dupla do RJ - O Terceiro ficou dormindo (Led furão kkkk).

Então a formação se efetivava: Eu (Te250 Laranja), Radamés (Te250 Branca) e LMattos (Te250 Cinza) Todos integrantes do Tenereclub.


Seguimos para a entrada da trilha, Leo ia na frente guiando e filmando com a GoPro.

A anta aqui esqueceu o suporte da gopro então nada de vídeo meu... e o Radamés vinha de boa acompanhando.

Nos primeiros Kms de terra uma Hilux antiga e um Troller travavam a passagem. Eles deixaram a gente passar e como agradecimento, o Radamés deu um banho de lama no motorista da hilux.

Algumas poças de lama pelo caminho denunciavam o que a gente encararia na estrada. As marcas de pneu na estrada foram sumindo... a estrada foi ficando lisa... nas subidas parecia que apertávamos a embreagem. Não havia tração. Não sei se comentei, mas ninguém estava de pneus off. 

Eu e o LMattos fomos de Enduro 3 Sahara, o Radamés foi de Duratraction +Mitas e07.

Chegamos a uma subida onde simplesmente não conseguíamos andar, patinava pra todo lado. Pensei, dei um embalo e mantive a velocidade. Fui bem, até chegar a curva.
Lama grudenta e escorregadia!

Briga daqui e dali e conseguimos subir.
Radamés sambando na lama
Quando chegamos na primeira porteira as coisas começaram a ficar mais sérias. Facões abertos cheios de água, no meio da pista lama muito mole. O Leo ia pelo meio, eu fui pelo facão e o radamés vinha acompanhando.

Leo murchando os pneus.
Sei que quem é acostumado consegue andar em pé nessas condições, mas eu nem sentado conseguia controlar direito, então mantive assim. Mas tentei não ficar colocando o pé no chão.

A neblina tomava conta do lugar, e nós três usamos óculos de grau... uma beleza. Ninguém enxergava nada... nem andando a 10km/h na trilha.




A neblina densa molhava tudo, camisetas, óculos... 


Foram uns bons kms até uma parada pra lanche no meio do mato. Logo depois a trilha mesmo acabou, virou estrada... e a chuva alcançou a gente. Foi fortalecendo, e quando saímos da Reserva da Bocaina, pegamos o estradão de pedra, eu parei pra "esvaziar o tanque" e aí ficou forte de vez. Botei a parte de cima da capa de chuva e seguimos.

Quando chegamos no asfalto foi a hora que molhou a cueca e aí a moral do combatente acaba. Era cerca de 12:30h.

São 11km de asfalto até Bananal. Comemos numa lanchonete na pracinha do centro, conversamos e logo cada um seguiu seu caminho.

A estrada na volta sem surpresas, asfalto direto, dutra, pedágio, um pouco de chuva e casa!

Um bom banho quente e cama que tava quebrado!

E um lembrete: Fotos a gente só consegue tirar nas partes fáceis... nas difíceis a concentração não deixa!

Seguem mais algumas fotos:




Agradecimentos especiais aos amigos Radamés e LeoMattos pela companhia sensacional!